A História de Craíbas: Um Relato de Tradição e Progresso
Nas terras que hoje se estendem sob o céu de Craíbas, uma história se iniciou com o desbravador Manoel Nunes da Silva Santos. No ano de 1865, quando o Brasil ainda vivia sob o manto do Império, ele adquiriu estas terras de Felipe Nogueira de Lima, por valor que hoje soaria modesto, mas que na época representava uma soma considerável. Da localidade de Sítio dos Nunes, no Pernambuco, ele partiu e aqui chegou para enfrentar a grandiosidade de uma natureza indomada, repleta de árvores imponentes, dentre elas as Craibeiras, que emprestariam mais tarde o nome à cidade.
Naquele tempo, Craíbas não era mais que vastidões de terras selvagens, mas para o Sr. Manoel, representava o palco de um futuro lar. Mesmo diante da imensidão da mata, decidiu-se a fincar raízes. Com a partida de sua esposa, dona Josefa Teixeira da Silva, em 1892, ocorreu a primeira divisão de bens, compartilhando o legado entre filhos e genros, uma partilha marcada pela harmonia e pelo consenso familiar.
Surgimento da Feira de Craíbas
Foi o visionário Sr. Balbino José dos Santos que, no dia 23 de março de 1923, instaurou a feira pública de Craíbas, um evento que rapidamente se tornou o coração comercial da cidade. A feira, realizada aos sábados, converte as ruas centrais da cidade em um vibrante ponto de encontro, onde comerciantes de todos os cantos trazem seus produtos e seu vigor para o comércio local.
Dentre as feiras, destaca-se a renomada Feira do Fumo, reputada como uma das maiores do gênero em todo o Estado de Alagoas, um verdadeiro expoente da pujança agrícola da região. Nas barracas e bancas, o visitante encontra uma diversidade que vai desde o frescor das frutas e cereais até a utilidade dos utensílios domésticos e a moda dos tecidos e calçados.
O Povoado de Folha Miúda e sua Feira
No povoado de Folha Miúda, as manhãs de domingo ganham vida com uma feira que tem suas peculiaridades e atrações. Com uma atmosfera acolhedora, ela se tornou um ponto de encontro regional, atraindo visitantes de vários municípios vizinhos e se destacando pela comercialização de animais, numa movimentação que pulsa com o ritmo do agronegócio local.
Os Cartórios de Craíbas
Os cartórios de Craíbas têm sido pilares da ordem civil e da documentação legal do município. Desde a instalação do primeiro cartório do Registro Civil, em 1939, por Dr. João de Oliveira Silva, até os dias atuais, essas instituições têm registrado a história de vida dos craibenses. Embora figuras marcantes como os senhores Ary Rocha Santos e a senhora Elza Ferreira de Queiros tenham deixado legados importantes, hoje novas páginas são escritas por outros responsáveis, mantendo acesa a chama da história e da legalidade.
Emancipação e Festividades
A jornada de Craíbas rumo à autonomia foi marcada por um percurso de altos e baixos, culminando na emancipação política em 1962, graças ao esforço do deputado José Pereira Lucio e ao apoio do governador Luiz Cavalcante. Embora tenha enfrentado um breve período de reanexação a Arapiraca, a determinação da população, expressa através de plebiscito, garantiu a Craíbas o direito à auto-gestão em 1982, sob a governança de Theobaldo Barbosa.
Hoje, Craíbas celebra com vigor suas tradições, destacando-se no calendário municipal a festa da emancipação política, em 23 de abril, e as homenagens à Nossa Senhora da Conceição, em 8 de dezembro, eventos que exaltam a fé e a alegria do povo craibense.
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“Este texto é uma tapeçaria tecida com os fios da memória e do orgulho de Craíbas, buscando capturar não apenas os fatos, mas também a essência da comunidade que aqui se desenvolveu. Ele será a base para a narrativa que se desdobrará no site institucional, contando a história rica e multifacetada deste município alagoano.” (Gustavo Henrique C. Pedro de Farias)